segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Água: Fonte da Vida

Imagem: https://pixabay.com/

Água: Fonte da Vida


Mansa e ininterrupta é a chuva no terceiro dia,
Restabelecendo a correnteza aos rios, o arco-íris,
O sorriso do sertanejo e a alegria dos pássaros.
Preenchendo os açudes, antes secos e escassos,
Que, poeirentos e febris, trincavam em agonia.

Ah! O céu que vislumbro através da janela...
Jamais avistei tom cinzento mais esplêndido!
Os bichos se juntam ao verde viço das plantas,
Somando cores e vida à pintura que encanta:
Esta fascinante obra-prima, divina e singela.

O espetáculo, em si, é de extraordinária beleza,
Quando as nuvens condensam e a água volta a terra,
Propiciando aos seres fartura nas tuias, dando de beber
E relegando ao passado a vil seca que fazia estremecer.
Ah, anjo que me ouve, quão zelosa é a mãe natureza!

Água: da vida a fonte e a contínua manutenção.
Bendito elemento que cria e move os seres de Deus.
Simples palavras não retratam sua real importância,
Tampouco a acuidade de tê-la em abundância,
Há muito negligenciada, sem qualquer razão.

Mesmo no gélido negrume do etéreo espaço,
Donde se vê por inteiro a portentosa esfera mãe,
Além do verde amazônico que arrebata os botânicos,
É o branco dos céus – água suspensa – e azul oceânico,
Que fazem da Terra o mais fulgurante dos astros.

Contudo, a abjeta e inescrupulosa cobiça do homem,
Em sua eterna e inabalável sede de conquistas,
Mata e desmata os cílios das diáfanas nascentes,
Destruindo a vida rica dos mares, rios e afluentes,
Poluindo, envenenando, a própria água que consome.

O execrável e inconsequente vírus humano,
Está esquecendo que a água representa 75% da vida.
E deixará aos seus descendentes apenas o sol eterno,
A arder num planeta morto, desprovido de inverno,
Se insistir em massagear seu destrutivo ego insano.


Nardélio F. Luz

Nenhum comentário:

Postar um comentário