Serena
Oh! Belíssima
e encantadora Flor Serena,
Que desabrocha
radiante entre os jasmins...
Sem
pretenderes, causa inveja às açucenas,
E um certo desassossego
dentro de mim.
Há tempos que
tu deveras me encantas,
Com esse teu
jeito, meio mulher meio flor,
A ponto de
manter preso à minha garganta
Esta vontade
de gritar todo o meu amor.
Nesta vida, contudo,
outro chegou primeiro,
Tirando o
que poderia ter sido meu de direito;
E ainda que
não conheças o amor verdadeiro,
Fizestes a
escolha, logo tens o meu respeito.
Não fosse eu,
apenas um mortal covarde,
Talvez pudesse
toda esta verdade exprimir;
Falar-te-ia desta
inquietação que me invade,
Sempre que
penso ou me vejo perto de ti.
Que já a
perdi nesta vida, disso bem sei,
E contigo também
fora a furtiva felicidade;
Restando tão-só
um vislumbre do que serei:
Um ordinário
prisioneiro da tal saudade.
É bem
possível que numa próxima jornada,
Ou noutras além,
que virão mais para a frente,
Tu retornes novamente
como a minha amada,
E poderás
sentir o que a minha alma sente.
Por certo
agora é impossível a nossa união,
Que façamos,
então, dois destinos separados;
Apesar da
distância entre o meu e teu coração,
Em nossos
sonhos seremos sempre ligados.
Nardélio Luz