quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Caminhos Cruzados



Caminhos Cruzados
 
Nas tardinhas, pouco antes do lusco-fusco,
Ela se esguelha pelo caminho assombreado;
Lampião à mão, pouco à frente cruza o meu,
Seguindo além das ruínas do antigo sobrado.
 
Uma bela moça, dona de hábitos diferentes,
Jamais dirigiu a palavra a quaisquer vizinhos;
Quase a compreendo, por sermos parecidos,
Neste aspecto peculiar de vivermos sozinhos.
 
Quando retorna, já nas altas horas da noite,
Na maioria sem lua, ainda há esse pormenor;
A sua fisionomia está diferente, menos triste,
Sob a luz do lampião, posso enxergar melhor.
 
Pelas minhas deduções a moça é uma bruxa,
Mas verdade é que nem toda feiticeira é má;
Queria eu não ser covarde para segui-la, mas,
O medo me diz que nunca mais voltaria de lá.
 
Qualquer noite dessas ei de tomar a coragem
Para abordá-la, e oferecer minha companhia;
Talvez ter seu coração, como o meu já é dela,
E vivermos juntos, com todo amor e magia.
 
Nardélio Luz
280922


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