Lua
Lua, que entre as estrelas brilha pálida,
Iluminando os solitários e os amantes...
Cuja nudez pudica, aí do alto agasalha, o
Que hoje é lápide, e já fora vida antes.
Lua
vingativa, toda embaída em vaidade,
Que há muito tempo fora pelo Sol magoada,
O atraiçoa pela noite adentro, sem piedade,
E a eterna desforra só repousa na alvorada.
Lua, às vezes
vejo o humilhado Astro-rei,
Chorando em fogo o teu descaso, desalmada;
Por simples deslize, ancestral talvez, nem sei,
Que te enfureceu, ó altiva dama prateada.
Lua
caprichosa, dita dos boêmios e poetas,
Que na essência, a nada e ninguém pertence;
Tu que ludibrias as almas tristes e inquietas,
Em tua trama o herói nem sempre vence.
Lua, mãe dos
literários filhos da noite,
Para quem os lupinos uivam em serenata,
Que, indiferente ao açoitado ou ao açoite,
Deita aqui teus fantasmais raios de prata.
Lua, que
passeia melancólica e solitária,
Cujos matizes rasgam a lúgubre escuridão;
Sábia e vigilante anciã, a nada se compara,
Extirpe a angústia deste inquieto coração.
Nardélio F.
Luz
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