Grilhões Psíquicos
A minha insana paixão por essa ínvida mulher
É em tal maneira e torturantemente exacerbada,
Que me obriga a fazer unicamente o que ela quer,
E nem posso sonhar ter qualquer direito a nada.
Observando o que sinto de fora, racionalmente,
É natural ponderar que isso não pode ser amor!
Porém, e se for sobrenatural o que a gente sente,
Mesmo ciente que o amor traz paz, e não a dor?
É fato que o amor não prende ninguém assim...
Quem faz isso é sua prima vil e doente: a paixão;
A sua insanidade mata todo o encanto do jardim,
Ao impor seus grilhões psíquicos da escravização.
O ciúme é tanto, que ter liberdade só nos sonhos;
Só no onírico eu posso gozar de alguma liberdade.
Mas pensar em perdê-la é um pesadelo medonho,
E relego à vontade, todo meu direito à igualdade.
Por vezes sonho podermos ser um casal normal:
Eu no trabalho e ela com as suas aulas de dança;
Porém a realidade tem as suas duras imposições,
Apagando em mim todo resquício de esperança.
Sei que não vai durar para sempre essa prisão,
Ninguém pode viver tanto tempo sem respirar;
Por mais inquebráveis que sejam esses grilhões,
Um dia ainda reunirei forças para me libertar.
Nardélio Luz
240124
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