Saudades de Orvalho
As vezes me lembro, com saudades,
De um tempo livre de tanto dissabor;
Transcorrera na nossa melhor idade,
E o mundo não conhecia tanta dor.
Ainda recordo o caminho de rosas,
E as explosões de perfumes e cores;
De mãos dadas, às tardes de prosas,
Entre juras fiéis de eternos amores.
Era uma época de terna inocência,
Onde críamos em corações eleitos;
Antes mesmo das nossas carências,
Prevalecia o mais castiço respeito.
Pétala, é uma palavra sem igual,
Que nem sequer sinônimo possui;
E tua alusão de viço e maciez é tal,
Que à própria formosura se intui.
Foi em um doce mar de açucenas,
Que sorvi o teu orvalho, doce Flor;
E aquela consagração valeu a pena,
No decorrer de todo nosso amor.
Nardélio Luz
060122
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