quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Saudades de Orvalho




Saudades de Orvalho

 

As vezes me lembro, com saudades,

De um tempo livre de tanto dissabor;

Transcorrera na nossa melhor idade,

E o mundo não conhecia tanta dor.

 

Ainda recordo o caminho de rosas,

E as explosões de perfumes e cores;

De mãos dadas, às tardes de prosas,

Entre juras fiéis de eternos amores.

 

Era uma época de terna inocência,

Onde críamos em corações eleitos;

Antes mesmo das nossas carências,

Prevalecia o mais castiço respeito.

 

Pétala, é uma palavra sem igual,

Que nem sequer sinônimo possui;

E tua alusão de viço e maciez é tal,

Que à própria formosura se intui.

 

Foi em um doce mar de açucenas,

Que sorvi o teu orvalho, doce Flor;

E aquela consagração valeu a pena,

No decorrer de todo nosso amor.

 

Nardélio Luz

060122


 

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