domingo, 30 de janeiro de 2022

A Poesia Que Não Sei Ler



A Poesia Que Não Sei Ler

 

No tempo que te tornaste poesia,

E proclamaste teu escolhido poeta,

Este ser ainda vivia para a boemia,

Deveras feliz, com tal vida incerta.

 

Não me apetecia nada do amanhã,

Vivia sozinho, do cultivo da alegria;

E quando me deste tua mélea maçã,

Tudo nesse arrabalde se fez magia.

 

Perdeste teu poeta e estavas triste,

Mas em mim achaste algum alivio;

Ante o amor a tristeza não persiste,

Eu era porto e tu eras meu abrigo.

 

Eis que és nobre como teu nome,

Tal tua beleza, que pareço sonhar;

Mas nesta hora toda dúvida some,

E só vale conjugar o verbo amar.

 

Às vezes a felicidade se faz utopia,

Portanto, viva o que puderes viver;

Agora que te fizeste de novo poesia,

Resta-me a dor de não poder te ler.

 

Nardélio Luz

270122

 

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