sábado, 18 de novembro de 2023

Proibidos


Proibidos
 
Observo os sedosos cabelos dela ao vento,
Cavalgando o ar fresco da morna primavera;
Invade meu peito uma sensação de liberdade,
Desta minha sonhadora posição privilegiada,
Neste mundo que só existe para mim e ela.
 
As pernas fortes forçam o balanço para trás,
E para a frente o vento ergue o leve vestido,
Descobrindo rapidamente as coxas perfeitas,
Corando levemente o rosto de feições puras,
Que mexem em segredo com minha libido.
 
O balanço promove as mais longas viagens,
Que só obedecem ao roteiro da imaginação;
E nesses lugares que podemos estar juntos,
Onde o patronímico não liga para as castas,
A ânsia das almas nos torna um só coração.
 
O sorriso dela se alarga para o firmamento,
Ao notar com prazer que estou observando;
Quase nunca temos chances de ficarmos sós,
Mas quanto mais nos vigiam e nos proíbem,
Maior a certeza que estamos nos amando.
 
Ali no balanço, no trigal ou na cachoeira,
Em qualquer espaço permanece a vontade;
E no jogo real que não creem em inocência,
A mínima perspectiva de ficarmos sozinhos,
Traduz-se na mais verdadeira felicidade.
 
Nardélio Luz
181123 


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