terça-feira, 21 de novembro de 2023

Pânico na Floresta


Pânico na Floresta
 
A lua pálida tenta mostrar-me o caminho,
Infiltrando-se entre os galhos esqueléticos,
Porém sua tentativa mostra pouca eficácia,
Diante da escuridão quase impenetrável.
 
Sinistros pares de olhos amarelo e âmbar
Juntam-se ao coro de rosnados dantescos,
Para regelar o sangue nas minhas veias e o
Suor frio, que brota entre pelos eriçados.
 
O coração dispara dentro da caixa torácica,
Ameaçando sair pela boca ou explodir meu
Peito, como em uma cena da franquia Alien.
A urina escorre morna, molhando as calças.
 
Os uivos distantes parecem mais próximos,
Brotando guturais das gargantas sedentas.
O ímpeto de sair correndo supera o horror,
Mas as pernas paralisadas não obedecem.
 
Com esforço hercúleo consigo um passo...
Um novo passo e ouço o roçar das pernas
Da calça, reiniciando a trilha sinistra, que
Fora a ignição para a minha imaginação.
 
Um sorriso sem graça, de pura vergonha,
Surge em meus lábios trêmulos. E reinicio
A caminhada, em meio à névoa fria. A crise
De pânico desacelera conforme o coração.
 
Nardélio Luz
211123 


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