sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Desvarios



Desvarios
 
O que fui de mim mesmo é passado,
E foge a minha restrita compreensão;
Tais quais estas apagadas lembranças,
Que causam desmensurada apreensão.
 
A zona limítrofe do onírico que habito,
É até aonde estende a minha memória;
Esta, ainda que prodigiosa, tem falhas,
Para acessar e contar a velha história.
 
Eu desconfio, inclusive e até mesmo,
Que não pertençam a esta existência,
Esses traços obscuros que assombram,
E desafiam minha limitada sapiência.
 
Sinto nelas algo antigo, algo ancestral,
Conjeturo, aliás, o onipresente arcano;
Como bálsamo para pobres faculdades,
Que só pode ser encontrado no insano.
 
Eis, então, a mim mesmo nesta hora...
Gozando o séquito ignoto do medonho,
Errando por ádvenas paisagens antigas,
Que só podem ser miradas nos sonhos.
 
Nardélio Luz
091122


 

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