domingo, 31 de julho de 2022

A Vila


A Vila
 
E ela bailava com tal liberdade...
Como se voasse pela primeira vez;
Parecia não se dar conta do tempo,
Nem de tudo na vida que se desfez.
 
A balada tranquila seguia falando
De um folclore local, bem afamado,
Em que ele fora levado pela morte,
E ela se recusara a sair do seu lado.
 
A noite na vila parecia mágica...
As lâmpadas pouco iluminavam;
O vento dançava com as árvores,
Mostrando o quanto se amavam.
 
Quando se perde alguém assim,
Deve ser horrivelmente assustador;
Ter que enfrentar a vida, o futuro,
Sem a presença do grande amor.
 
A ilha lamentava pelos amantes,
E a cantilena sentida continuava...
Escondi o rosto em seus cabelos,
Pra não ver que também chorava.
 
Mas não era hora para tristezas...
Só a melancolia da música, talvez;
Naquela primeira noite de magia,
Nos amamos pela primeira vez.
 
Nardélio Luz
310722

 

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