segunda-feira, 30 de maio de 2022

Amor de Almas


 
Amor de Almas
 
Há! Este amor!... Como pode existir tamanho amor?
Bem mais que inúmeras vezes, me fiz esta pergunta.
E as intrínsecas respostas, tão obviamente as mesmas:
Querer-te mais que mais, desejar-te, amar sem pecar,
Devoção, idolatrar sem tocar, sentir saudades sem dor.
 
Este amor é majestoso... É amplitude... É pura empatia.
Que me permite sentir quando nuvens negras ameaçam-te,
E, na simbiose característica, também é minha a tua aflição.
Contudo, igualmente sinto tua felicidade, teu contentamento,
E, como uma criança aniversariante, minha alma se extasia.
 
Este amor é conivente... É nobre, nos faz viver em atino.
E conquanto o tempo e a distância nos mantenham separados,
Ultrapassamos as incomodamente sólidas barreiras da física.
De mãos dadas percorremos infinitos prados imaginários,
E o que antes eram dois, torna-se um só: nosso destino.
 
Este amor é prometido... Finda a espera, a difusa procura.
É afeto que nos liberta do cativeiro das múltiplas existências,
Permitindo-nos – como os pássaros – alçar grandes altitudes.
Ele rescinde cizânias, ultrapassa os prisionais limites humanos,
E permite caminhar pelos limítrofes, da quietude à candura.
 
Este amor é divino... A exultação de sonhar sem utopia.
A ingente dádiva de ouvir os sonetos das harpas angelicais...
É a compreensão do excêntrico diálogo entre a chuva e o sol.
É sentir a pulsação da vida e presenciar a gratidão dos seres,
Entender e aceitar os desígnios de Deus... É viver em poesia.
 
Este amor é sensível... Possui a doce inocência da infância.
Tem a grandiosa sabedoria que apenas o tempo proporciona.
É um híbrido de Ágape e Eros, desprovido da egoísta possessão.
Amor que ora fogo ora fleuma, transcende a velha vã filosofia...
Um sentimento eternal, de solidez fundamentada na esperança.
 
Este amor é imperecível... Atravessou vivências com bravura.
Ressurgindo em eras e eras, como excelso presente a mim e a ti;
Amor perene, que eleva nossos espíritos a um pulcro estado de graça.
Amor único, que promove o soberbo reencontro de duas almas,
Para caminharem juntas eternamente, exalando singela ternura.
 
Nardélio F. Luz

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