quinta-feira, 26 de maio de 2022

Quimera


Quimera
 
Abriu os braços para a noite morna,
Trovões prenunciavam a tempestade.
Deixou escapar um grito de euforia e
Saltou, logo após ajuntar a coragem.
 
Não havia convicção no seu destino
E tampouco usufruía de algum valor,
Mas sentiu-se de alguma forma feliz,
Ao conseguir cavalgar o vento viajor.
 
Nunca soube ao certo de onde veio,
O que roía aquela gente desconfiada;
Só se sabia que vivia ali desde sempre,
Mesmo antes da terra ser desbravada.
 
Sorria, pois de cima a vista era linda,
E prosseguiu intrépido na sua jornada,
Sentindo o açoite dos cabelos no rosto,
Sem ter que se preocupar com nada.
 
Quando se levantou naquela manhã,
Não admitia que o velho tinha razão,
Quando preconizou na noite anterior,
Para tão somente seguir seu coração.
 
Ponderou que tudo que mais queria,
Era estar lá nas alturas, somente voar;
Ir para um vazio jamais visitado antes,
Sem saber se iria ter aonde pousar.
 
E ali estava, seguindo seu coração,
Sem qualquer afoiteza para chegar;
Indo para o mais longe que pudesse,
Sem pensar se algum dia iria voltar.
 
Nardélio Luz
240522
 

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