Razão
vs. Emoção
É
evidente que se trata de utopia, mas às vezes,
Só
às vezes, eu gostaria que as coisas fossem perfeitas,
E
que o mundo fosse menos complicado.
Que
as pessoas parassem de tentar provar
O
tempo todo que o que dizem é importante,
Quando
em verdade o que fazem é que importa.
Que
abrissem mão um pouco do “eu” egoísta
E
valorizassem mais o nós, sem protelação,
Sem
tentar apontar no outro o que não gostam em si.
Algumas
ofensas devem ser perdoadas,
Maiormente
quando são proferidas sem pensar,
No
calor da infanda discussão.
Mas
não quando essas são repetidas,
Ou
acompanhadas e somadas a outras,
Com
a clara intensão de ofender.
Pois
dessa forma tais ofensas se tornam rotina,
Daí
a nada se perde indubitavelmente o amor próprio,
E
é fato que um ser sem autoestima se torna vegetativo.
Um
escravo da própria covardia
Para
o qual a vida deixa de fazer sentido
E
o fundo do poço é o único lugar imaginável.
O
amor não é um sentimento fácil,
Mas
em verdade não é esse o problema;
Mesmo
porque nada que é fácil vale a pena.
O
amor não deveria ser tão exigente,
Ou
ao menos deveria exigir o que fosse justo,
E
não que amemos mais ao outro do que a nós mesmos.
Mesmo
porque isso não é possível,
Pois
somos seres dotados de autopreservação,
E
por tal ensejo, a razão deve vir sempre antes da emoção.
Se
for de outra forma,
Com
o passar do tempo um culpará o outro
E
a emoção doente extinguirá qualquer fagulha de razão.
Nardélio F. Luz
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