Devaneios
Se
nossos corpos fossem
ponteiros
de um relógio,
marcávamos
quinze para as três,
deitados
sobre o estrado rústico
naquela
madrugada tempestuosa.
E
enquanto os raios rasgavam
a
escuridão encharcada,
seguidos
de trovões ensurdecedores,
permanecíamos
alheios ao frio
resultante
do prélio dos elementos.
Olhos
nos olhos, sorriso bobo,
boca
quase na boca...
Eu
quase podia sentir seu hálito delicioso;
quase
podia ler antecipadamente
o
que estava para me dizer.
E
meu coração — mais ribombante que os trovões —
permitia
à minha imaginação viajar
a
recônditos paradisíacos de Terras paralelas,
para
um futuro (possível?)
de
afetos e prazeres inimagináveis.
Nardélio Luz
180520
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