terça-feira, 14 de junho de 2022

Você, Eu e o Vinho


 

Você, Eu e o Vinho
 
Há pouco tempo me sentia perdido,
Triste, amargurado e meio sozinho...
Agora estou na tua salaz companhia,
Degustando esta doce taça de vinho.
 
Recém escapado de uma armadilha,
De uma relação seriamente doentia,
Que afetou minhas sumas verdades,
Tornando-me uma pessoa sombria.
 
Definitivamente eu não culpo só ela,
Grande porção foi de minha autoria,
Pois deixei chegar até onde chegou,
Me fazendo omisso no dia após dia.
 
Me vi ocluso no escuro do quarto,
Tendo por companhia a melancolia;
Na cama vazia, vendo filmes velhos,
Sem nem sequer ver o claro do dia.
 
Mas como tudo na vida tem jeito,
Quando caia na iminência da morte,
Você apareceu e bateu à minha porta,
Trazendo contigo o amor e a sorte.
 
Aqui, agora, no calor desta lareira,
O frio e a vil desdita ficaram lá fora;
Estamos eu, você, o amor e o vinho,
Relegando a tal tristeza a outrora.
 
Já tinha me abdicado da felicidade,
Por pensar que não mais a merecia;
Mas veio você bater à minha porta,
E minha vida voltou a ter poesia.
 
Nardélio Luz
140622

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