A Vila
E ela bailava com tal liberdade...
Como se voasse pela primeira vez;
Parecia não se dar conta do tempo,
Nem de tudo na vida que se desfez.
A balada tranquila seguia falando
De um folclore local, bem afamado,
Em que ele fora levado pela morte,
E ela se recusara a sair do seu lado.
A noite na vila parecia mágica...
As lâmpadas pouco iluminavam;
O vento dançava com as árvores,
Mostrando o quanto se amavam.
Quando se perde alguém assim,
Deve ser horrivelmente assustador;
Ter que enfrentar a vida, o futuro,
Sem a presença do grande amor.
A ilha lamentava pelos amantes,
E a cantilena sentida continuava...
Escondi o rosto em seus cabelos,
Pra não ver que também chorava.
Mas não era hora para tristezas...
Só a melancolia da música, talvez;
Naquela primeira noite de magia,
Nos amamos pela primeira vez.
Nardélio Luz
310722