quarta-feira, 22 de junho de 2022

Desarrazoada


Desarrazoada
 
Ao dizer que me amava, acreditei,
Até senti alguma felicidade brotar;
Mas me amar mais que a ti mesma,
Fez meu sexto-sentido desconfiar.
 
Excessos tendem a estragar tudo,
Inclusive chances de algum futuro;
Exagero adoece, torna-se obsessão,
Dana o amor, tornando-o impuro.
 
Eu explico, mas você não entende:
Que não tenho intenção de te trair;
Nada obstante, me sinto sufocado,
Sem meu dileto direito de ir e vir.
 
Amar de verdade é algo libertador,
Não prende e não castra a vontade;
Às vezes pode surgir tristeza e dor,
Mas não há amor sem a liberdade.
 
Você ama o “ter” e se esquece, que
Nem toda ofensa depois se perdoa;
Repete erros acusando sem pensar,
Não liga quanto ou a quem magoa.
 
A sujeição psicológica é execrável,
E, se insiste, os danos vêm depois;
Não existe isso de dois serem um,
Não pode ser um, quando há dois.
 
Nardélio Luz
030222
 

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