Soneto da Morte
Invisível
Invisível e, desse modo, imperceptível,
Vem a morte em seu silêncio sepulcral.
Hétero, gay... o gênero é indistinguível,
Como também a raça ou classe social.
Isolando as famílias em seus abrigos,
Para reaprenderem o que já esqueceram.
E na convivência com os entes queridos,
Buscarem o resgate do que perderam.
Como surgiu não havia quem falasse,
Somente quando já lotava os hospitais,
Permitiram que ao mundo alertasse.
O fato é que não há registro nos anais,
De praga natural ou criada, que matasse
Só os humanos e poupasse os animais.
Nardélio Luz
220320