quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024
Ainda Sobre o Amor
Ainda Sobre o Amor
Pessoas desiludidas costumam afirmar
Que não existe esse tal amor verdadeiro;
E ainda o fazem com tamanha convicção,
Que parecem ser os donos de toda razão.
Pode até ser que ele não exista para elas,
Ou que ainda não tenha chegado até elas;
Pois sentimentos não são coisas lineares,
E podem ser diferentes para cada pessoa.
Se me disserem que o amor não é eterno,
Até pode ser que eu me incline a acreditar;
Ou talvez que ele seja mesmo imperecível,
Porém, caprichoso, não seja tão acessível.
Eu também não sou o dono da verdade,
De fato, não costumo pecar dessa vaidade;
Mas já amei e fui amado mais de uma vez
E todas elas o amor gozou da completude.
Ainda hoje, eu tenho meu grande amor,
Talvez legado de outra vida que expirou;
Um amor sublime que, acredito, viverá
Na plenitude da eternidade que durar.
Nardélio Luz
260224
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024
Gostaria
Gostaria
Na intenção de
não mais pensar em você,
Eu revivo
todas as memórias boas contigo,
E ouço cada
palavra sua que o vento levou,
Dizendo que me
amava para todo sempre.
Se para sempre
não existe, então por que,
Por mais que
me esforce, não te esqueço?
Por que não me
lembro dos nossos atritos
E das poucas
palavras ruins que me disse?
Eu gostaria de
ter uma natureza igual a sua,
Gostaria de
também ser incapaz de perdoar.
De colocar o
sucesso pessoal acima de tudo,
De ter memória
seletiva, por conveniência.
Eu gostaria de
esquecer os beijos e abraços
E lembrar só
as coisas ruins em vez das boas;
Pois assim
seria fácil não desejar mais você,
E até te
odiar, para ser mais fácil esquecer.
Como percebi
que nesta existência não dá,
Torço para que
pelo menos na próxima vida
Você não
exista mais na minha vil memória,
Me permita
alguma paz e, talvez, ser feliz.
Nardélio Luz
230224
Descobertas
Descobertas
Faz tempos que ambos estamos sozinhos...
Tristes, desiludidos e tão carentes de carinho!
Você, desse modo, linda e toda livre para voar,
E eu me dei por mim, todo livre para te amar.
Posto que tudo começou como brincadeira...
E foi se alastrando pela nossa vontade inteira;
Dessas brincadeiras com um fundo de verdade,
Que nos fez ultrapassar o âmbito da amizade.
Certa feita, você falou da diferença de idade,
Mas creio que só o que conta é a tal felicidade.
Idade, tempo, distância... nada disso importa,
Vale somente o amor que bate à nossa porta.
Depois de tantos anos, você e eu solitários...
Convindo a chegada ao fim do nosso calvário;
De repente foi o acaso tentando nos empurrar,
Se antes bons amigos, agora vamos nos amar.
É um sentimento vigente, porém profundo...
Lindo como a exploração de um novo mundo;
Novo tempo de possibilidades e descobertas...
Quem sabe seja desta vez que a gente acerta?
Nardélio Luz
230224
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024
Amanhecer no Paraíso
Amanhecer no Paraíso
Eu acreditei que não voltaríamos mais aqui...
Não depois de todas as coisas que sucederam.
Quando era só a nossa velha turma que vinha,
Asneiras como aquelas nunca aconteceram.
Decerto não temos culpa das ações de outros...
Mas se de fato uma maçã podre estraga a caixa,
Quando outros se juntam ao grupo e aprontam,
Acaba que a moral de toda a turma fica baixa.
Pensei que não mais teríamos outra chance...
E não repetiríamos o que me fez voltar a viver,
Pois não existe outro lugar mágico como este,
Como foi inédito o que senti aqui com você.
Eis que agora até me permiti voltar a sonhar
Com tempos que não precisaremos esconder;
Neste lugar mágico ou outro, pouco importa,
Ao teu lado, sempre será feliz o amanhecer.
Nardélio Luz
210224
terça-feira, 20 de fevereiro de 2024
Reinos da Poesia
Reinos da Poesia
Parecida com os sinais do corpo sedento,
Que, para não morrer, precisa de alimento,
É a necessidade constante da minha alma,
Esta que, deveras, apenas a pena acalma.
Debruço sobre a carcomida escrivaninha,
As horas transfazem em noites inteirinhas,
Discorrendo nas infindas proezas do amor,
Ou a tristeza, que sempre se segue à dor.
Quando os olhos sucumbem ao cansaço,
Então me faculta encontrar algum espaço,
Para adormecer abraçaço à radiosa aurora,
Que, após a fantasmagórica noite, vigora.
Então me entrego aos fantásticos sonhos,
Por belas dimensões ou reinos medonhos;
É nesse plano que a minha alma se extasia,
Já que lá, até o que é feio se torna poesia.
A inspiração brota nesse plano esquisito,
Onde o zanzar da pena torna o feio bonito.
No onírico inominável de divas e castelos,
A poesia alimenta esses reinos paralelos.
Nardélio Luz
190224
sábado, 17 de fevereiro de 2024
Entre Uma Batalha e Outra
Entre Uma Batalha e
Outra
Os afagos iniciam lentos, cadenciados...
Beijos leves, repletos de ternura e amor;
A voz dela rouca: “sintas quão é amado!”
E o ritmo acelera concomitante ao ardor.
Peles deslizam do belo corpo bronzeado,
Esvaindo-se o último laivo de consciência;
A ternura cede o lugar ao fogo do pecado,
Surrupiando na íntegra toda a coerência.
Já não existe lugar para calma e cadência,
E os corpos se deitam sobre peles no chão;
O suor, beijos, os toques, tudo é urgência,
Queimando na chama da grande paixão.
Ele sente o mel dela escorrendo na boca,
A fêmea selvagem em movimentos fortes;
Os tremores convulsivos deixam-na louca,
Quando a guerreira viking alcança o norte.
Nardélio Luz
170224
Amor Após a Morte
Amor Após a Morte
Por um
escárnio cruel desses deuses vis,
Aos quais não sigo
e tampouco sirvo mais;
A minha vida
fora arrastada para o tártaro,
Me faculta
ouvir as gargalhadas infernais.
Foste tão
abruptamente roubada de mim,
Nem sequer
tive tempo para me despedir;
Encontrei no ópio
o jugo à ubíqua insônia,
Pois no plano
onírico ainda estás por aqui.
Os deuses
malditos mataram teu corpo,
Mas teu ser continua
comigo por inteiro;
Do perfume no short doll que nunca lavei,
Ao “te amo
mais” com batom no espelho.
Por teu conselho,
preciso deixá-la partir,
“Amor, volte a
viver!” ouvi tua voz calma;
Até sinto o teu
abraço nas noites de dor,
E acordo feliz,
dançando com tua alma.
Sim, devo
desapegar-me, deixá-la evoluir,
Porém, minha
carne egoísta, teme a dor;
Ter outra em teu
lugar seria insuportável,
E, só, onde
poderia guardar tanto amor!?
Nardélio Luz
140224
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024
Coisas do Vil Acaso
Coisas do Vil Acaso
Ontem fiquei bastante surpreendido
Ao abordar uma pessoa desconhecida,
Por ela se parecer demais com alguém
Que foi muito especial na minha vida.
Um rebuliço de memórias e, de repente,
Retornei ao tempo do meu grande amor.
E, na facilidade que tenho para recordar
Só as coisas boas, meu coração chorou.
É incrível como debaixo de cinzas frias
Ainda resistem brasas vivas e ardentes,
E basta assoprar as primeiras camadas,
Para reacender o que jazia dormente.
Minh' alma extasiou, como fazia antes,
Meu coração pareceu bater mais pesado;
E pela longa eternidade de um instante,
Estive de volta ao longínquo passado.
Porém, em seguida, a realidade bateu...
Com ela veio uma dor que doeu demais,
Por força da lembrança que o amor dela,
Faz muito tempo que não existe mais.
Nardélio Luz
150224
domingo, 11 de fevereiro de 2024
A Poesia é Nossa Folia
A Poesia é Nossa Folia
A minha folia é no meio do mato...
Observando o frenesi dos lambaris,
Sob a superfície cristalina do regato,
Que provê e refresca tudo por aqui.
A chuva que tamborilou no telhado,
Leva a bateria até as terras vizinhas;
E o Rei Sol entra na folia arregalado,
Belo abre-alas, logo de manhãzinha.
O puxador sabiá começa a encantar,
Desfilando sua garganta prazenteira;
Alegre, se esforça a cantar e sambar,
Na avenida do galho da laranjeira.
É assim meu carnaval, minha folia,
Na lépida companhia da minha flor;
Nossa vida é uma apaixonada poesia,
Composta e declamada pelo amor.
Nardélio Luz
100224
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024
Mágica no Carnaval
Mágica no Carnaval
Era para ser uma noite com amigos,
Apenas mais uma intensa bebedeira;
Algo que eles já tinham planejado,
Durante a última semana inteira.
Eu, com alma e coração dilacerados,
A esperança era me acabar na folia;
Mas aquele sentimento era forte,
Provavelmente não esqueceria.
Triste, “me perdi” dos meus amigos,
Para me afogar em drinks num bar;
Porém, quando brindava à solidão,
A vi ali, também sozinha a chorar.
Foi algo completamente instintivo,
Aproximei para enxugar seu pranto;
Foi então que a mágica aconteceu,
Para o nosso absoluto espanto.
Nossas histórias eram semelhantes
E rimos das coincidências trágicas;
Algo velho morreu naquela noite,
Para nascer uma nova mágica.
Nardélio Luz
070224
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024
Coração Ocupado
Coração Ocupado
Você me queria como o teu amado...
Único, e completamente apaixonado;
E é testemunha que eu muito tentei,
Até minha vida nômade desacelerei.
Mas meu coração a outra pertencia,
Mesmo sabendo, você ainda insistia;
E não era questão de não te querer...
Era cedo demais para te pertencer.
Eu, que sempre fui sincero contigo,
Dificilmente poderia ser teu abrigo;
Jamais te iludi ou tentei te enganar,
E, ainda assim, preferiu se arriscar.
Ainda recordo da nossa despedida,
Quando fui seguir com a minha vida;
O pranto não teve como ser evitado,
Tal qual o meu no recente passado.
Você não foi só mais uma aventura,
Nossa tentativa fora honesta e pura;
Amor não esquece com outro amor,
E, ao percebê-lo, você nos libertou.
Nardélio Luz
050224
domingo, 4 de fevereiro de 2024
Se...
Se...
É incrível como pode haver,
Mulher tão linda como você!
E fico pensando aqui comigo,
Quão o tempo é seu amigo!
Por certo eu não enxergava,
Na época que por aí morava;
Ou você quase não aparecia,
Pois eu quase nunca te via.
Hoje a vejo aí, exuberante,
E penso por um só instante:
Se o amor teria acontecido,
Caso tivéssemos convivido.
Eu penso que agora é tarde,
E a ânsia, então, me invade...
Como teriam sido os desejos,
Se tivessem existido beijos?
Nardélio Luz
040224
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024
Possessivo
Possessivo
Eu até poderia tentar retornar para ti,
Se ainda pudesse alcançar teu perdão;
Não obstante, visualizei todas as linhas
Do infinito tempo, e em nenhuma delas
Foi possível refazer a nossa união.
Sempre desconfiei que o perdão
Não é um atributo dos seres humanos;
Está muito mais para uma graça divina,
E não seria justa nenhuma absolvição,
Para meus tantos feitos mundanos.
Pediste que eu confiasse em ti,
Disse que os erros iríamos consertar;
Porém os meus ciúmes vis e imbecis
E a minha maldita alma possessiva,
Te forçaram a deixar de me amar.
Agora é tarde demais para mim...
É muito tarde para arrependimento;
E obviamente, fingir não vai adiantar,
Pois conquanto possa dizer que mudei,
Ainda serei o mesmo aqui por dentro.
Nardélio Luz
020224
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