Diálogo
Quando o vento soprou aos meus ouvidos:
— Vai passar! Como eu passo sussurrando, trazendo os
perfumes,
levando o calor da tua pele e refrescando-te a alma.
— Mas, senhor vento, quando? — indaguei.
— Esta não é minha jurisdição! — sussurrou mais forte.
— Mas, senhor vento...
— Pergunte ao amigo tempo, que também passa, e, se for de interesse,
irá te elucidar.
E o vento seguiu seu caminho perpétuo, não sem deixar uma
refrescante calda de brisa. E o calor incômodo sessou quase
de todo.
— Quando vai passar, senhor tempo? — inquiri com alguma urgência.
— Calma, pois não és único, tampouco mais importante... Na
classificação
há seres com mais urgência, na hora que convier, será chegada
essa a tua hora.
E o tempo — diligente, porém indiferente —, se arrastou de
minutos a horas,
semanas, meses, anos...
A ansiedade... Ah, a vilã ansiedade, onipresente e onipotente,
nem
sequer se dignou a responder.
Narfe
020323
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