Dama da Noite
Dama da Noite
Como a própria flor homônima,
Ela se desabrocha somente a noite.
Não há muitos mais de sua espécie,
Que usa as sombras como amoite.
Seu doce e inesquecível perfume
Viaja na sutileza da brisa noturna;
Sente-se à vontade em seu domínio,
Entregue à natureza taciturna.
As poucas luzes da Rua Florida
Propiciam a camuflagem perfeita;
Um jovem macho, o infeliz da vez,
Caminha alheio à sua espreita.
No grito abafado não há agonia,
Para ele é apenas um doce sonhar,
Quando ela o abraça com ternura,
E os caninos penetram a jugular.
Não o faz por crueldade, bem sei,
Tal como não pode ver a luz do dia,
Precisa consumir a vida de outros,
Para não morrer de fome e agonia.
Nardélio Luz
111222
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