Proibidos Observo os sedosos cabelos dela ao vento, Cavalgando o ar fresco da morna primavera; Invade meu peito uma sensação de liberdade, Desta minha sonhadora posição privilegiada, Neste mundo que só existe para mim e ela. As pernas fortes forçam o balanço para trás, E para a frente o vento ergue o leve vestido, Descobrindo rapidamente as coxas perfeitas, Corando levemente o rosto de feições puras, Que mexem em segredo com minha libido. O balanço promove as mais longas viagens, Que só obedecem ao roteiro da imaginação; E nesses lugares que podemos estar juntos, Onde o patronímico não liga para as castas, A ânsia das almas nos torna um só coração. O sorriso dela se alarga para o firmamento, Ao notar com prazer que estou observando; Quase nunca temos chances de ficarmos sós, Mas quanto mais nos vigiam e nos proíbem, Maior a certeza que estamos nos amando. Ali no balanço, no trigal ou na cachoeira, Em qualquer espaço permanece a vontade; E no jogo real que não creem em inocência, A mínima perspectiva de ficarmos sozinhos, Traduz-se na mais verdadeira felicidade. Nardélio Luz 181123
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