domingo, 24 de janeiro de 2021

Rosa Branca



Rosa Branca

 

Nas madrugadas frias de solidão,

A minha alma tem buscado a tua;

Geralmente eu bato no teu portão,

E fico a observar as luzes da rua.

 

A chuva despenca de mansinho,

E permaneço mudo, à sua espera,

Então que ouço bem devagarinho,

O conhecido ranger da tua janela.

 

Estou ciente que prefere o calor,

Mas mesmo assim, a janela abriu,

Em testemunho de que esse amor,

Ofusca até mesmo o próprio frio.

 

Belíssima, apoiou-te no peitoril,

A alvura realçada pela luz da rua;

Antepus meu sorriso mais gentil,

Para ovar tua silhueta seminua.

 

Ao teu convite adentro o jardim,

De imediato esqueço tudo lá fora;

Desliza ao chão tua seda carmim,

E somos flagrados pela aurora.

 

O sol beija o meu rosto de leve,

E encontro-me de novo sozinho;

Mas outra noite cairá em breve,

E de novo será meu teu carinho.

 

Nardélio Luz

180121


 

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