Reinos da Poesia Parecida com os sinais do corpo sedento, Que, para não morrer, precisa de alimento, É a necessidade constante da minha alma, Esta que, deveras, apenas a pena acalma. Debruço sobre a carcomida escrivaninha, As horas transfazem em noites inteirinhas, Discorrendo nas infindas proezas do amor, Ou a tristeza, que sempre se segue à dor. Quando os olhos sucumbem ao cansaço, Então me faculta encontrar algum espaço, Para adormecer abraçaço à radiosa aurora, Que, após a fantasmagórica noite, vigora. Então me entrego aos fantásticos sonhos, Por belas dimensões ou reinos medonhos; É nesse plano que a minha alma se extasia, Já que lá, até o que é feio se torna poesia. A inspiração brota nesse plano esquisito, Onde o zanzar da pena torna o feio bonito. No onírico inominável de divas e castelos, A poesia alimenta esses reinos paralelos. Nardélio Luz 190224
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