Amor Após a Morte Por um
escárnio cruel desses deuses vis, Aos quais não sigo
e tampouco sirvo mais; A minha vida
fora arrastada para o tártaro, Me faculta
ouvir as gargalhadas infernais. Foste tão
abruptamente roubada de mim, Nem sequer
tive tempo para me despedir; Encontrei no ópio
o jugo à ubíqua insônia, Pois no plano
onírico ainda estás por aqui. Os deuses
malditos mataram teu corpo, Mas teu ser continua
comigo por inteiro; Do perfume no short doll que nunca lavei, Ao “te amo
mais” com batom no espelho. Por teu conselho,
preciso deixá-la partir, “Amor, volte a
viver!” ouvi tua voz calma; Até sinto o teu
abraço nas noites de dor, E acordo feliz,
dançando com tua alma. Sim, devo
desapegar-me, deixá-la evoluir, Porém, minha
carne egoísta, teme a dor; Ter outra em teu
lugar seria insuportável, E, só, onde
poderia guardar tanto amor!? Nardélio Luz
Nenhum comentário:
Postar um comentário