Amor Após a Morte
Amor Após a Morte
Por um
escárnio cruel desses deuses vis,
Aos quais não sigo
e tampouco sirvo mais;
A minha vida
fora arrastada para o tártaro,
Me faculta
ouvir as gargalhadas infernais.
Foste tão
abruptamente roubada de mim,
Nem sequer
tive tempo para me despedir;
Encontrei no ópio
o jugo à ubíqua insônia,
Pois no plano
onírico ainda estás por aqui.
Os deuses
malditos mataram teu corpo,
Mas teu ser continua
comigo por inteiro;
Do perfume no short doll que nunca lavei,
Ao “te amo
mais” com batom no espelho.
Por teu conselho,
preciso deixá-la partir,
“Amor, volte a
viver!” ouvi tua voz calma;
Até sinto o teu
abraço nas noites de dor,
E acordo feliz,
dançando com tua alma.
Sim, devo
desapegar-me, deixá-la evoluir,
Porém, minha
carne egoísta, teme a dor;
Ter outra em teu
lugar seria insuportável,
E, só, onde
poderia guardar tanto amor!?
Nardélio Luz
140224
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