Espectador A alegria expressada nos olhos castanhos É o melhor presente que ganhei nesta vida; Às vezes fico perguntando aos meus botões, Como pode alguém ser assim, tão querida? E me vem logo à mente a resposta devida: Que nem tudo que é, precisa ter explicação, Precisamos aceitar a vida assim como ela é, E seguir os caminhos que levam ao coração. Todas as manhãs, quando abro as janelas, Observo-a assim, toda feliz entre as flores, Me perco no tempo contemplando a graça, Da minha cômoda posição nos bastidores. Por conseguinte, a felicidade me invade, E todo e qualquer vestígio ruim se desfaz; Arrasto uma cadeira para perto da janela, Disposto a prolongar a sensação de paz. A veste branca contrastando com o verde, Risos soltos, a liberdade que sempre quis; E ao também sorrir, vem nova indagação: Se antes na minha vida eu já fui tão feliz? Nardélio Luz 180523
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