À Espera Entre os arbustos lá fora sopra uma brisa morna,Que, vez ou outra, posso sentir adentrando a janela;Nada obstante, o clima aqui dentro da alcova umbrosaFaz-se tão gélido quanto a dolorosa ausência dela. Um fenômeno febrento faz meu corpo esqueléticoExperimentar as duas atmosferas concomitantemente;Mas, a mente exausta pela insónia, não pode distinguirQual delas está dominando o ambiente realmente. No delírio febril eu durmo e acordo, durmo e acordo,Na esperança de que seja apenas mais um sonho ruim;Contudo, infelizmente a situação não passa, nada muda,O coração sangra, a alma chora e ela não volta pra mim. Esperança tola, eu sei... Pois como ela poderia voltar,Se para o lugar onde foi não pode ter nenhuma volta?Se tivesse tal chance, ela teria cumprido o nosso pacto,E certamente noite dessas já teria batido àquela porta. A noite sem lua lá fora já libertou os seus habitantes...Desejo que adentrem a janela e findem a minha viuvez;Mas até esses ferozes seres das trevas parecem me evitar,E só me resta continuar torcendo para chegar minha vez. Nardélio Luz191122
Nenhum comentário:
Postar um comentário