Arrebatados A gota que pinga do teu cálice trêmulo, Tal orvalho caindo da flor desabrochada, Toca minha língua atrevida com doçura, Fazendo queimar a paixão desenfreada. O teu corpo esguio desliza sobre o meu, Acelerando o sangue sob a pele fervente, Causando o desalinho das sedas no ninho, Eriçando os pelos em gestos de serpente. Tua úmida flor cálida me recebe inteiro, Desbravador, vigoroso como um mouro, Explorando obtuso teu mundo de magia, Na busca pelo mais valioso dos tesouros. Desdobras em vias e desvelos de fêmea, Mulher, feiticeira, a deusa da fertilidade, Versada nessa arte que tão bem domina, Propiciando os prazeres da feminilidade. Teus gemidos e estrilos quando tocada, O veludo invejando a maciez da tua rosa, A feminista convicta de reveses e glórias, Que beira a insânia a cada vez que goza. Nardélio Luz 150524
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