Gritos do Silêncio Às vezes, o silêncio grita dentro de mim, e O faz de forma alta e extremamente abrupta; Sua voz é grave e estrondosa como o trovão, Mas com a capacidade do raio que assusta. Vem aleatório, sem se importar com aviso, Não é algo prosaico, que se possa controlar; Racha a psiquê como o machado racha lenha, De forma inesperada, sem poder antecipar. Sinto o ar se tornando pesado e insalubre, E a perda direta da capacidade respiratória; Como se afundando em um oceano profundo, E a pressão esmagando qualquer escapatória. A noite demora uma eternidade para passar E até a luz da alvorada é pálida, sem brilho; O dia nasce feio, e a alma se perde no limbo, Como um trem desenfreado, fora do trilho. Não há nada que possa amenizar a agonia, Nem tampão para o grito que vem do fundo; Só a tentativa de se acostumar à dor ruidosa Das lâminas que cortam do outro mundo. Nardélio Luz 110823
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