Dama da Noite Como a própria flor homônima, Ela se desabrocha somente a noite. Não há muitos mais de sua espécie, Que usa as sombras como amoite. Seu doce e inesquecível perfume Viaja na sutileza da brisa noturna; Sente-se à vontade em seu domínio, Entregue à natureza taciturna. As poucas luzes da Rua Florida Propiciam a camuflagem perfeita; Um jovem macho, o infeliz da vez, Caminha alheio à sua espreita. No grito abafado não há agonia, Para ele é apenas um doce sonhar, Quando ela o abraça com ternura, E os caninos penetram a jugular. Não o faz por crueldade, bem sei, Tal como não pode ver a luz do dia, Precisa consumir a vida de outros, Para não morrer de fome e agonia. Nardélio Luz 111222
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