Caminhos Cruzados Nas tardinhas,
pouco antes do lusco-fusco, Ela se
esguelha pelo caminho assombreado; Lampião à mão,
pouco à frente cruza o meu, Seguindo além das
ruínas do antigo sobrado. Uma bela moça,
dona de hábitos diferentes, Jamais dirigiu
a palavra a quaisquer vizinhos; Quase a compreendo,
por sermos parecidos, Neste aspecto
peculiar de vivermos sozinhos. Quando retorna,
já nas altas horas da noite, Na maioria sem
lua, ainda há esse pormenor; A sua
fisionomia está diferente, menos triste, Sob a luz do
lampião, posso enxergar melhor. Pelas minhas
deduções a moça é uma bruxa, Mas verdade é
que nem toda feiticeira é má; Queria eu não ser
covarde para segui-la, mas, O medo me diz
que nunca mais voltaria de lá. Qualquer noite
dessas ei de tomar a coragem Para abordá-la,
e oferecer minha companhia; Talvez ter seu
coração, como o meu já é dela, E vivermos
juntos, com todo amor e magia. Nardélio Luz 280922
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