Separados
Cruzei
desertos, singrei mares...
Até
cavalguei ventos selvagens...
Pois
precisava estar nesses ares,
Nessas
tão esquecidas paragens.
Quando
eu fui obrigado a partir,
Sob
ameaças de irados ancinhos;
Não
pude nem mesmo despedir,
Da
bela dona dos meus carinhos.
Agora,
daqui de fora dessa janela,
Perscruto-a
sob a luz bruxuleante;
Tão
perto e, jamais antes tão bela,
Porém,
nunca antes tão distante!
Ainda
que imperem agonia e dor,
E
o pesar da impotência sem fim;
Estou
livre para rever meu amor,
E
isto eles jamais tirarão de mim.
Pois
que ela ainda continua viva,
Ao
passo que eu... Ah, não mais!
E,
ainda que permaneça à deriva,
Todo
o meu desespero se desfaz.
Pois
mesmo neste etéreo estado,
És
eleita, minha eterna consorte;
E
embora tenham nos separado,
Não
o farão nesta minha morte.
Nardélio Luz
070422
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