Teu Último Olhar
Nunca
antes havíamo-nos amado tanto!
Nunca
antes tanto esmero ao fazer amor!
E
não supunha que aquele prazer furioso,
Era
não menos que um prelúdio de dor.
Quando
dissestes que seria a despedida,
Desdenhei,
pois não conseguia acreditar;
A
tal autoconfiança beirava a arrogância,
E
não podia admitir que ia me deixar.
Mas
teu último olhar, ali junto à porta,
Ligou
o sinal de alerta no meu coração;
Algo
pungente perfurou minha psique,
E
a luz se apagou, restando escuridão.
Na
mente, a cena do teu último olhar,
Faz
gritar em meu íntimo todos os ais;
Prosperando
vigorosa a única certeza:
Senti-la
em meus braços, nunca mais!
Posso
lamentar, mas jamais culpá-la,
Tomaste
a atitude que te é de direito;
Não
é tua a culpa das trevas e da dor,
Criarem
raízes dentro do meu peito.
Nardélio Luz
200122
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