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Boa Companhia
Eu subi lá e
observei o mar.
O caminho era
íngreme e as pedras escorregadias...
Mas a voz ádvena
no meu íntimo insistia:
— Esforce-se um
pouco mais... Vai valer a pena!
E valeu.
Realmente valeu.
Finalmente cheguei
ao topo, onde cresciam ralos arbustos.
Num último
esforço alcancei o ponto mais alto e me sentei.
As pernas
agradeceram e os arfantes pulmões também.
As gaivotas saudaram
minha chegada com estranheza.
Enxuguei o suor
da testa com a manga salgada da camisa.
Observei a
calma do mar e deixei escapar um suspiro.
Bem a tempo,
pois não muito depois o sol se foi por trás do mar...
Lá longe. Lá...
bem atrás do calmo mar.
Sua despedida
foi um vermelho-amarelo-alaranjado jamais visto antes.
A presença dela
era maior que a das gaivotas regateiras.
E naquele
lusco-fusco, falamos do mar, do sol e da vida.
Para ser
totalmente honesto, eu falei... só eu falei!
Sentada ao meu
lado estava a saudade, ouvindo calada.
Em todos esses anos
que tingiram de lua meus cabelos,
nunca conheci
melhor ouvinte.
Nardélio Luz
031218
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