domingo, 12 de agosto de 2018

Ao Meu Pai



Ao Meu Pai

Porque ontem poderia ter sido,
Para aquele meu eu abatido,
O torpe fundo do poço.

Mas em um grande afã de viver,
A nova chance de reerguer,
Veio como reembolso.

E num último suspiro me arrastei,
Nos doídos joelhos apoiei,
E eis aqui meu esboço.

Conquanto reze tal pergaminho,
De fato nunca estive sozinho,
Contra as feras do fosso.

Ainda que parecesse sem abrigo,
Você sempre esteve comigo,
Abonando meu esforço.

Nardélio Luz

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