domingo, 14 de agosto de 2016

Um Homem... O Homem!




Um Homem... O Homem!


Na sua simplicidade e retidão,
Mais que um homem comum:
Um celeiro de dignidade;
Um dos prediletos seres de Deus.

Assim era e é aquele homem...
Assim será para todo o sempre,
Através das passagens e do tempo,
No desempenho dos deveres seus.

Lembro-me com carinho e ternura,
Da minha impetuosa adolescência...
Das contendas minhas, não dele,
Em que, ainda assim, me defendeu.

Ensinou-me a caminhar ereto,
A respeitar os respeitáveis,
A distinguir os bons dos maus,
A partilhar o que acreditava meu.

De coração estreme e altivo,
Alma límpida, nobre, e gestos gentis,
Era grande, amigo dos amigos,
O cerne do bom sentimento.

Se hoje me sinto alguém,
Grande parte devo a ele...
Meu maior motivo de orgulho,
Mais que pai: exemplo e fomento.

De natureza pacifica e mansa:
Era assim meu nobre guerreiro;
Se nalgumas vezes gargalhava,
Noutras se enclausurava na solidão.

Todavia, à necessidade de alguém,
Estava ele lá, por inteiro, solícito;
Sempre rígido com os maledicentes,
E aos afáveis, todo alma e coração.

Foi meu mestre na arte da superação,
E certamente teria orgulho dos meus resultados;
Não pôde me ler ou tocar minhas medalhas,
Mas soube, sabe ou saberá um dia.

Pois é grande meu esmero para me tornar
O excelso reflexo dos seus ensinamentos;
E embora eu pare as noites para descansar,
Retomo reto a cada manhã que principia.

Desde aquele melancólico novembro,
Em que aqui findou sua cumprida missão,
Que a saudade aperta meu peito
E, forte, fustiga minha lembrança.

Contudo, sou um praticante do desapego,
E sem insurreição ou remorso o deixei seguir;
Crédulo que num dia poderei reencontrá-lo,
Na sua digna disseminação da esperança.


Nardélio F. Luz

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