domingo, 28 de março de 2021

Serenidade



Serenidade

 

Todas as manhãs, quando a luz me chama para passear,

Uma letargia onírica cede o lugar às emoções do despertar,

Trazendo à lembrança desde os escassos flashes de sonhos

Até o que não fora feito e subsiste nos planos do porvir.

 

Nas iluminadas horas seguintes, singro todo um universo,

Tornando ou não concretas as coisas que já tinha planejado,

Enquanto brotam novas ideias para outras que desejo fazer,

E vem à mente tantas que deveria ter realizado e ignorei.

 

Há uma cadeia hierárquica que quase nunca é respeitada,

Como também não é aproveitado o tempo segundo deveria;

Na batalha entre os tais destino e acaso, arrisco o segundo,

Cuja conveniência embasa melhor minha crença abstrata.

 

Seguindo o lusco-fusco, vem a noite me tirar para dançar,

E a melodia é afável tanto quanto é gentil o enlace brumoso;

Ignorando o não feito, meu corpo flutua nos braços do sono,

E empresto minha alma à esperança de sonhar novamente.

 

Nardélio Luz

221220


 

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