Perdido
Despido
da treva superficial que,
Supostamente,
fazia cinza minha alma,
Eis
que já não há qualquer conforto.
O
que ameaça meu livre-arbítrio
É
deveras mais profundo e impregnado
Do
que jamais poderíamos supor.
Creio
então, sádico ser satírico,
Que
esta necessidade de ficar sozinho
Não
pertence só a esta existência.
Seria,
portanto, racional supor
Que
execrável semente fora plantada
Em
eras além desta memória?
Para
tanto certamente fora tal
Vida
desprovida das virtudes do amor
E
coberta por mortalhas de dor.
Porém
dane-se a maldita razão
E
tu, anjo, com todas as tuas incertezas,
Que
mais banem do que acolhem!
A
masmorra que isola esta alma
Está
além das minhas decisões externas
Ou
de qualquer alcance terreno.
No
éter negro destituído de calor,
Formas
ou qualquer sentimento benigno,
Onde
apenas o medo sussurra.
Temo
— cada vez mais convicto —
Que
nem no teu Céu nem na minha Terra
Haverá
luz que possa alcançá-la.
E
qualquer esboço de atitude
Ou
chance de libertá-la, nefando espírito,
Já
se perdera no imemoriável.
Nardélio F. Luz
Quanta sensibilidade!
ResponderExcluirObrigado Sandra.
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