segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Indelével



Indelével


Nesse misto de pantera mansa
Com o fragor indômito da razão,
Não finda minha parca esperança,
Mas não permite aflorar emoção.

De mulher com ação irrefreável
À encantadora fêmea na alcova;
Personagem deveras admirável,
A poesia de Fellini à Almodóvar.

Ainda que por uma única noite,
Deixaste tuas marcas no meu ser,
Agora a saudade é como o açoite,
Mas ainda acalenta o meu viver.

É uma imensidade do que é bom
E tudo o que vale a pena recordar,
Dos mais de 50 cinzas, único tom,
O pecado que anseio perpetrar.

Quiçá só habite minha memória,
Pois que insiste jamais te esquecer;
Ainda trago tão belos dias de glória
Tatuados numa noite de prazer.

Mesmo que a razão tente vencer
E o coração seja relegado a depois,
Ouça o que a tua alma está a dizer:
Todo futuro se resume a nós dois.


Nardélio F. Luz

4 comentários:

  1. Lindo....maravilhoso.A sua sensibilidade me fascina. Feliz da pessoa que te inspirou tudo isso.

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    1. Boa noite Tania! Fico muito feliz que tenha gostado. Obrigado pelo carinho! Beijos!😘

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  2. Nossa! Você sempre me surpreende positivamente e me emociona profundamente ...um verdadeiro clássico!...Shakespear te apludiria. Lindo, lindo meu querido! Amo você.

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    1. Roh, sua gentileza não tem limites; você vê em mim apenas seu próprio reflexo! Shakespeare se reviraria na cova se lesse seu comentário, mas mesmo assim, obrigado! Beijão! 😘❤

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