Devaneios
Se nossos
corpos fossem ponteiros de um relógio, marcávamos quinze para as três, deitados
sobre o estrado rústico naquela madrugada tempestuosa. E enquanto os raios
rasgavam a escuridão encharcada, seguidos de trovões ensurdecedores,
permanecíamos alheios ao frio resultante do prélio dos elementos; olhos nos
olhos, sorriso bobo, boca quase na boca. Eu quase podia sentir seu hálito delicioso,
e meu coração — mais ribombante que os trovões — permitia à minha imaginação
viajar a recônditos paradisíacos de Terras paralelas, para um futuro (possível?)
de afeto e prazeres inimagináveis.
Nardélio
Luz
251016
Quando leio o que escreve,visualiso absolutamente tudo como se fizesse parte da cena!
ResponderExcluirSó vcesmo para se apropriar dos elementos da natureza de forma tempestuosa e transforma-lo em algo doce!
Amo ler vc!😉
Fico feliz, Élem, pois se o escritor não conseguir transportar o leitor para a história é sinal que não cumpriu bem o papel. E tal comentário vindo de uma pessoa culta e sensível como você, é um elogio e tanto! Obrigado.
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